Projeto Pedagógico do Curso

1.      PERFIL PROFISSIONAL DO EGRESSO

 

O perfil esperado para o egresso da Licenciatura em Educação do Campo é a atuação docente multidisciplinar em escolas do campo em uma das duas das áreas de conhecimento: Ciências da Natureza e Ciências Humanas e Sociais, a partir da compreensão epistemológica do conhecimento da área escolhida, com vista ao aprofundamento específico para a docência referente aos anos finais da Educação Fundamental, no Ensino Médio e na gestão de espaços comunitários, conforme expressonasDiretrizesCurricularesNacionaisparaformaçãoinicialemnívelsuperior


de licenciatura.

O perfil profissional de formação requer que os profissionais formados sejam capazes:

1)   Exercer a docência por totalidade4, a partir da áreas deformação;

2)   Participar da gestão de processoseducativos;

3)   Atuar na construção e processos pedagógica na escola e nas comunidades onde a escola do campo estáinserida.

Além disso e atendendo a base curricular do curso, segundo a proposta aprovada pela SECADI/MEC, a formação deve assegurar o seguinte perfil de formação:

a)  Capacidadedeconstruircoletivaocurrículodasescolasdocampo,baseada nos princípios éticos e sociais, na articulação intrínseca ente teórica e prática, do ensino,dapesquisaedaextensão,pelodesenvolvimentodemetodologiasinovadoras como a pedagogia da alternância, a pesquisa como princípio educativo, entreoutras;

b)     Capacidade de atuar a partir da compreensão do trabalho5, ciência6e

cultura7, no sentido ontológico8 como dimensões que estruturam o currículo integrado.

 

 

 
 

4 Na experiência das Totalidades de Conhecimento os conteúdos se libertam da seriação, da fragmentação, da hierarquização e da descontextualização que são peculiaridades da escola tradicional. A superação perpassa pela conotação interdisciplinar ou multidisciplinar, considerandoque‘omundomaterialédialético,istoé,estáemconstantemovimento,eascoisas estão em constante relação recíproca, ou seja, nenhum fenômeno da natureza pode ser compreendidoisoladamente,foradosfenômenosqueorodeiam.Daíaimportânciadacategoria TOTALIDADE, que determina a predominância do todo sobre as partes constitutivas. (Caderno Pedagógico n.° 8. SEMED,1996).

5Otrabalhocompreendidocomorealizaçãohumanainerenteaoser(sentidoontológico)ecomo prática econômica (sentido histórico associado ao respectivo modo de produção) (RAMOS, 2008).

6 A ciência compreendida como os conhecimentos produzidos pela humanidade que possibilita o contraditório avanço produtivo (RAMOS, 2008).

7 E a cultura, que corresponde aos valores éticos e estéticos que orientam as normas de

conduta de uma sociedade (RAMOS, 2008).

8 No sentido ontológico o trabalho, a ciência e a cultura são dimensões que se articulam no currículo integrado, a partir do princípio de que o homem é sujeito histórico, que produz conhecimento e cultura, a partir de sua mediação com a natureza, transformando-a e nesse processo transformando a si próprio. Nesse aspecto, o trabalho é exercido como valor de uso,


c)      Capacidade de desenvolver os componentes curriculares da área do conhecimento a partir dos conceitos estruturantes existentes e que possibilitam a formação portotalidade;

d)    Capacidade de desenvolvimento do trabalho pedagógico interdisciplinar, dialógico e contextualizado de modo a estimular o desenvolvimento sustentável e solidário da comunidade e/ou aldeia onde os educandos estão inseridos e constroem suaexistência;

e)   Capacidade de inserir a prática da pesquisa entre os educados, entendo-a comoprocessointrínsecoconstruçãodeconhecimentoescolar,aqualsearticulaaos saberes populares e as experiências do trabalho e da cultura, de modo que o conhecimento adquirido tenha uso social ao longo davida;

f)       Capacidade de desenvolver processos educativos que permitam a necessáriadialéticaentreeducaçãoeexperiência,garantindoumequilíbrioentrerigor intelectualevalorizaçãodosconhecimentosjáproduzidospeloseducadoresemsuas práticas educativas e em suas vivências socioculturais;

g)  Capacidade de desenvolver a gestão de processos educativoscomunitários e contribuir nos processos de gestão escolar na perspectiva da gestãodemocrática;

h)     Capacidade de contribuir em projetos de desenvolvimento comunitário vinculados às escolas do campo, a programas de educação de jovens e adultos e ou a movimentos sociais e sindicais, organizações não governamentais ou outras entidadesquedesenvolvematividadeseducativasnãoescolaresjuntoàspopulações docampo;

i)   Capacidade de assumir atitude investigativa, reflexiva, problematizadora e ética no processo de construção doconhecimento;

j)   Capacidade de desenvolver práticas avaliativas pautadas nos princípios da avaliaçãoemancipatória;

l)   Capacidade de identificar problemas educativos, de planejar e desenvolver processosdeensino-aprendizagemquepromovamodesenvolvimentodos

 

 
 

como trabalho útil, necessário à sua existência, como práxis, ou seja, como reflexão e ação. SegundoCiavatta(2015),otrabalhoapartirdomododeorganizaçãocapitalistaéalienante,não pode ser princípio educativo e humanizador, pois determina a organização de uma prática pedagógica que também aliena e não educa o sujeito para pensar e transformar suarealidade.


educandos;

m)     Capacidade de gerir processos educativos e a desenvolver estratégias pedagógicas que visem a autonomia, criatividade e produção de soluções para questões inerentesrealidade;

n)    Capacidade de respeitar as diferenças étnico-culturais, ter sensibilidade frente às desigualdades sociais e reconhecimento da diversidade dossaberes;

 

o)  Capacidadededomínionovastecnologias,deferramentasdeplanejamento, gestão, desenvolvimento e avaliação dos processos de ensino-aprendizagem, inserido o estudo/debate sobre o currículointegrado.

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1.      OBJETIVOS DOCURSO

 

 

1.1ObjetivoGeral

 

Formar profissionais para atuação na docência multidisciplinar em uma das duas áreas de conhecimento - Ciências da Natureza (Biologia, Física e Química) e Ciências Humanas e Sociais (História, Geografia, Sociologia e Filosofia) - nas séries finais do ensino fundamental, no ensino Médio e na EJA em escolas do campo.


 

 

1.2ObjetivosEspecíficos

 

·         Desenvolver estratégias pedagógicas que visem à formação de sujeitos humanos autônomoseempreendedores,capazesdeproduzirsoluçõesparaquestõesinerentes à sua realidade, pautadas no desenvolvimento sustentável docampo;

·         Oportunizar aos educandos dos cursos de Licenciatura em Educação do Campo, o conhecimento sobre as experiências diversificadas de prática docente existentes na educação docampo;

·         Favorecer a articulação entre ensino, pesquisa e extensão desde o início do curso, por meio da instrumentalização dos educadores para a investigação e análise crítica do contexto educacional, propondo soluções progressistas para os problemas verificados na prática educativa, através de projetos pedagógicos deapoio;

·         Estabelecer mecanismos de integração entre os acadêmicos da Licenciatura e instituições de ensino estadual e municipal, Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, Organizações não governamentais, movimentos sociais e, sistema de Arranjos Produtivos Locais(APL’s);

·         Integrar os conhecimentos científicos, tecnológicos, sociais e humanísticos e os conhecimentos, habilidades relativos às atividades técnicas do trabalho e, de produçãoregional;

 

·         Promover uma melhor articulação entre os eixos curriculares que compõem a matriz curricular do curso de Licenciatura em Educação do Campo na perspectiva de uma açãointerdisciplinar.

1.      METODOLOGIA

 

 

A metodologia adotada no Curso de Licenciatura em Educação doCampotem comoprincipalobjetivoassegurarumaestreitarelaçãoentreteoriaepráticaeentre ensino-pesquisa-extensão a ser desenvolvido nos tempos e espaços deformaçãono Campus    e    nas    comunidades,    de     modo    a    superar    a    fragmentação    e descontextualizaçãodocurrículoegarantirumaformaçãoacadêmicacríticaecriativa. A metodologia deve promover ainda procedimentos dinâmicos em saladeaula capazes de construir conhecimento, de modo que os docentesatuamcomo mediadores auxiliando os discentes nas suas aprendizagens. Para isso, osdocentes

adotam os seguintes procedimentos:

 

 

a)     Participar dos momentos de planejamento coletivo e individual, bem como das formações continuadas desenvolvidas para os docentes do curso e/ou da instituição;

b)     Criaraculturaderegistrodasatividadesdocentesedosaprendizados(ounão) dos estudantes, bem como a posterior análise do processo de ensino- aprendizagem, o que deve orientar a avaliação e a retomada das temáticas estudadas;

c)      Problematizar a realidade advinda das pesquisas de TC e a partir dela propor estratégias de construção do conhecimento, sem desconsiderar os diferentes ritmosdeaprendizagenseasubjetividadedodiscente,incentivandoapesquisa como princípioeducativo;

d)     Contextualizar o conhecimento, valorizando as experiências e saberes dos discentes;

e)     Selecionar materiais didáticos adequados a serem trabalhados em aulas expositivas, bem como elaborar materiais que atendam as especificidades de cada componente curricular;

f)       Diversificar as metodologias, bem como diversificar as atividades com leituras dinâmicas, trabalhos em grupos, atividades práticas, seminários,etc.

g)     Utilizar recursos tecnológicos adequados ao público envolvido para subsidiar as atividadespedagógicas;

h)     Disponibilizar apoio pedagógico para estudantes que apresentemdificuldades


visando à melhoria contínua da aprendizagem;

i)        Atuar na forma transdisciplinar que partam da realidade e provoquem o aprofundamento teórico, utilizando atividades práticas, visitas técnicas, seminários, debates, atividades individuais e em grupo, exposição de filmes, grupos de estudos, estimulando a leitura e a produção escrita crítica, entre outros;

j)        Organizar o ambiente educativo visando articular múltiplas atividades voltadas às diversas dimensões da formação que favoreça a transformação das informações em conhecimentos de acordo com a realidadevivida.

k)      Estabelecer o diálogo processual com os colegas de cada eixo sobre os processos de ensino-aprendizagem emconstrução.

 

A metodologia didático-pedagógica a ser adotada no Curso visa garantir ao educando o confronto cotidiano entre as teorias e práticas abordadas nas atividades curriculares, a realidade encontrada nas escolas do campo, bem como as necessidades de sua comunidade. Propõe-se utilizar as seguintes estratégias de ensino:

 

I.        Desencadeamento das atividades em sala de aula – iniciar com a problematização da temática em estudo com vistas a identificar os que os estudantes já sabem, o que não sabem ou apresentam limite explicativo do real; reflexão seguida de exposição dialogada onde o docente faz a reflexão destacando pontos significativos levantado pelos estudantes, bem como os pontos frágeis e as incoerências presente na compreensão dos alunos, com vistas superar as fragilidades eincoerências.

II.         Aprofundamento Teórico – durante o curso, portanto em cada eixo e cada componente curricular, se faz fundamental assegurar a busca processual pela construção do conhecimento a partir da inter-relação entre os dados das pesquisas e o conhecimento científico por meio de atividades que possibilitem a superação/ressignificação de suas primeiras visões. Nesse momento é fundamental que o docente crie espaços de discussão dos dados das pesquisas de tempo comunidade e seu aprofundamento relacionando-o com o conhecimento científico de cadacomponente.


III.        Sistematização–consisteemassegurarespaços/momentosdesistematização de cada componente curricular referente as várias atividades de aprofundamento teórico realizadas, de modo que os estudantes possam ir se apropriando dos novos conhecimentos oriundos dessas atividades. Esse processo deve ocorrer em cada componente curricular ao longo docurso.

1.        APOIO AODISCENTE

 

 

O Campus Rural de Marabá dispõe de um Departamento de Assistência ao Estudante(DAE),bemcomodeumDepartamentodeAtendimentoàSaúde(DASCA). O DAE faz o acompanhamento da política de apoio ao discente prevista no previstas no Plano Nacional de Assistência Estudantil – PNAES (Decreto 7.234/2010) e na Política de Assistência Estudantil do IFPA (Resolução nº 07/2020 – CONSUP/IFPA), ofertando:

 

a)     Moradia Estudantil (através de concessão de alojamentos no própriocampus);

b)     Alimentação (através de alimentação fornecida diariamente pelocampus);

c)      Transporte (pagamento de auxílio financeiro a fim de custear seu transporte intermunicipal) feito através de Edital deSeleção;

d)     Atenção à saúde (desenvolvida em atividades de atendimentos exercidas pela Equipe de profissionais do DASCA (Departamento de Atenção á Saúde da ComunidadeAcadêmica);

e)     Cultura (através de atividades e projetos culturais desenvolvidas pelo departamento de esporte, cultura elazer);

f)       Esporte (através de atividades e projetos culturais desenvolvidaspelo


departamento de esporte, cultura e lazer);

g)     Creche (pagamento de auxílio financeiro para mães e pais estudantes com filhos de 0 à 5 anos ou com alguma deficiência de qualqueridade);

h)     Apoio pedagógico (distribuição de kits e materiais pedagógicos aos alunos, como: caneta, lápis, borracha, caderno, pen drive, uniformes e acompanhamento técnico pedagógico feito pelo departamento pedagógico do Campus)

 

 

O DASCA, que atualmente dispõe de uma equipe com médico, enfermeira, técnica em enfermagem, assistente social, psicóloga e nutricionista, faz um acompanhamentodiárioaosestudantes,principalmentenaperspectivadaprevenção.

1.        AVALIAÇÃO DO PROCESSO DEENSINO-APRENDIZAGEM

 

 

A avaliação do processo ensino-aprendizagem terá como objetivo principal diagnosticarprocessualmenteaaprendizagemdoseducandos,pormeiodeatividades diversificadas, entre as quais se encontra a produção de texto onde os educandos expressemograudeapropriaçãodoconhecimentotrabalhado/construído.Aomesmo


tempo, esse processo permite identificar as possibilidades e fragilidades para o planejamento do trabalho docente.

Os instrumentos avaliativos, portanto, devem ser diversificados e não se concentrar apenas em avaliação escrita. Na avaliação, a preocupação não deve ser com o produto, mas com o processo de desenvolvimento de competências, com a compreensão, apropriação e construção do conhecimento. Assim a avaliação deve ser utilizada para diagnosticar o aprendizado dos estudantes, sendo necessário a retomada dos conhecimentos não apreendidos, bem como a devolução de trabalhos com a orientação para reelaborações individuais e/ou coletivas.

Além disso, é importante resguardar ao discente que não obtiver rendimento satisfatório o direito à recuperação, que pelo Regulamento Didático Pedagógico do EnsinodoIFPAdevesercontínuaeparalela.Oacompanhamentoseráfeitopormeio doSistemaIntegradodeGestãodeAtividadesAcadêmicas(SIGAA),dasinformações de frequência e avaliações realizadas e disponibilizadas aosestudantes.

A forma de avaliação é continuada e desenvolve-se por meio das seguintes atividades:

 

a)     Trabalhos em grupos, pesquisas bibliográficas e de campo, e discussões orientadas;

b)     Instrumentos escritos e de acompanhamento, e avaliação específica das aquisições de conhecimentos e competências (elaboração de relatórios, fichamentos, resenhas, resumos, artigos científicos e ainda de aulas de desempenho didático eseminários);

c)      Trabalhos ou provas individuais – escrita eoral;

d)     Observações práticas (laboratórios, visitas técnicas e trabalhos decampo);

e)     Atividade artísticas ou culturais eseminários;

f)       Participação em fórum, chats e atividades postadas em ambientevirtual.

 

 

De acordo com as orientações da Organização Didática do IFPA, a nota finalde cada componente curricular será calculada a partir da equação 01:

 


 

 

Onde,


 

𝑁𝐹=


𝐵𝐼 + 2ª 𝐵𝐼

 

2


 

(𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 01)


NF = nota final do componente curricular;

1ª BI = 1ª bimestral (verificação da aprendizagem); 2ª BI = 2ª bimestral (verificação da aprendizagem).

 

Odiscenteseráaprovadonocomponenteseobtivernotamaiorouiguala7,0(≥ 7,0). Caso obtenha nota menor que 7,0, o discente fará a avaliação final. O discente será aprovado com Avaliação Final se obtiver nota mínima 7,0 e, neste caso, o resultado será mensurados pela equação02.

 


 

 

Onde,

MF = Média Final;


 

𝑀𝐹=


𝑀𝐵 + 𝑁𝐴𝐹 2


 

(𝑒𝑞𝑢𝑎çã𝑜 02)


MB = Média Bimestral;

NAF = Nota da Avaliação Final.

 

 

 

Além da nota, o aluno deverá ter um mínimo de frequência de 75% (setenta e cinco porcento) para ser aprovado.

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